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Engenheiro taquaritinguense participa de desenvolvimento de instrumentos ópticos para o Amazônia-1; primeiro satélite construído no Brasil


O primeiro satélite totalmente projetado no Brasil, o Amazônia-1, foi lançado na madrugada do último domingo (28) e o acontecimento já ficou na história do país. O equipamento, que irá monitorar o desmatamento na região amazônica (como o próprio nome sugere), teve seu desenvolvimento feito com o auxílio de grandes profissionais do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e empresas parceiras; entre eles, está o taquaritinguense Daniel Moutin Segoria.

Formado pela Escola de Engenharia da Universidade de São Paulo (campus São Carlos/SP) e Líder de Área na empresa onde trabalha, Daniel faz parte do time de engenheiros que desenvolveram a câmera de alta resolução e amplo espectro que irá gerar imagens mais precisas sobre o desmatamento – ou seja, o ‘olho do satélite’.

“É a quarta vez que participo de Missões importantes na história da Engenharia Espacial brasileira. Desenvolvemos equipamentos que auxiliaram grandes projetos, como os satélites CBERS 3 (lançado em 2013 e que não foi colocado em órbita devido a uma falha no lançador chinês), CBERS 4 e CBERS 4-A (lançados em 2014 e 2019, respectivamente, e que operam até hoje). Com toda a certeza, o Amazônia-1 permite que o Brasil domine a tecnologia de monitoramento e sensoriamento remoto, entrando para o rol dos poucos países que produzem seus próprios satélites”, disse em entrevista ao Jornal Tribuna.

No total, foram dez anos dedicados ao projeto para que tudo ocorresse sem erros no dia do lançamento. A câmera desenvolvida pela empresa onde Daniel trabalha levou cerca de cinco anos para sua qualificação total.

Daniel trabalha há mais de 10 anos com programas médicos, de defesa e espaço locais e internacionais. É especializado em análise opto-mecânica, projeto de sistemas estruturais, pesquisa e desenvolvimento de sistemas mecânicos espaciais com foco em projeto de mecanismos de alta precisão, análise de elementos finitos, modificação e avaliação de conjuntos opto-mecânicos complexos. Também possui amplo conhecimento e experiência para projetar instrumentos ópticos para satélites espaciais de sensoriamento remoto, gerenciamento e coordenação de projetos técnicos em todas as fases de desenvolvimento do produto.

Além disso, também é colaborador em dois capítulos do livro ‘Optical Payloads For Space Missions’ (Cargas Opticas Para Missões Espaciais), lançado em 2016 pelo cientista e membro da Agência Espacial Canadense, Shen-En-Quian. A obra abrange informações dos principais cientistas que trabalham no desenvolvimento de veículos lançadores (foguetes) e construtores de instrumentos ópticos internacionais.

Amazônia-1:

O Amazônia-1 é o terceiro satélite brasileiro de sensoriamento remoto e atuará em conjunto com o CBERS-4 e ao CBERS-4A, desenvolvidos em parceria com a China.

Segundo a nota emitida pela INPE, a Missão Amazônia vai consolidar o conhecimento do Brasil no desenvolvimento integral de uma missão espacial utilizando satélites estabilizados em três eixos, visto que os satélites de sensoriamento remoto anteriores foram desenvolvidos em cooperação com outros países.

O satélite projetado para gerar imagens do planeta a cada cinco dias — e, sob demanda, é capaz de fornecer dados de um ponto específico em dois dias. Em caso de um eventual desastre ambiental, por exemplo, como o rompimento da barragem em Mariana, em 2015, o monitoramento poderá ser ajustado para o local. Focos de queimada também poderão ser visualizados.

(Fontes: G1 e Neoradar)

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