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Em Taquaritinga (SP): Bebê de dois meses é diagnosticada com catarata e mãe faz alerta nas redes sociais

Na última semana, a taquaritinguense Bruna Ordine Malaman, de 28 anos, surpreendeu seus seguidores nas redes sociais ao relatar o caso de sua filha Manuela, de apenas dois meses. A menina foi diagnosticada com catarata congênita e submetida a duas cirurgias para correção da visão.

Em entrevista ao Jornal Tribuna, a empreendedora disse que percebeu uma pequena mancha branca na pupila da bebê no momento em que trocava sua fralda.  Bruna manteve a calma enquanto tentava se convencer de que se tratava de algo normal no desenvolvimento de sua filha, mas a situação a deixou inquieta.

Dias depois, a taquaritinguense se deparou com uma reportagem na televisão, que falava sobre a catarata em bebês. “Eu estava lavando louça quando comecei a prestar a atenção sobre os sinais do problema. O especialista orientou para, em caso de dúvida, tirar uma foto dos olhos do bebê com o flash ligado. Se a imagem mostrasse uma mancha branca na pupila, recomendava-se procurar um médico o quanto antes”, esclarece.

A empresária seguiu o recomendado e mancha foi detectada na foto. A partir daí, iniciava-se a luta contra o tempo na busca por informações e profissionais que pudessem resolver o problema.

Na primeira consulta, feita em uma clínica do município, o oftalmologista encaminhou a família para Ribeirão Preto após confirmar o diagnóstico. Faltando apenas um dia para o atendimento na cidade-vizinha, o médico desmarcou o horário por motivos pessoais. “Isso me angustiou demais, pois não tínhamos o contato de outros profissionais. Foi então que comecei a procurar na internet por mães que passavam pela mesma situação que a minha. Encontrei a mãe de uma menina com o mesmo diagnóstico e ela me deu o contato da médica que operou a filha dela, no Hospital Albert Einstein, em São Paulo”, ressalta.

O contato ficou guardado por alguns dias, pois a taquaritinguense achou que seria financeiramente inviável tratar a Manuela naquele hospital. Entretanto, ao pedir orientação para outro oftalmologista de Taquaritinga, o médico indicou a mesma profissional.

A consulta foi agendada no dia seguinte e a cirurgia, após seis dias. Em quinze dias, a bebê estava com os dois olhos operados. “Tive que acompanhá-la no centro cirúrgico e posso dizer que ali senti o que é ser mãe. Rezei demais, pedi para Deus atender o meu pedido e ele atendeu”, disse, emocionada, ao relembrar o momento.

O sentimento de angústia permaneceu por mais alguns dias, até que a pequena Manuela se recuperasse. Em pouco tempo, ela já interagia com todos ao redor. “Ela começou a sorrir e pensávamos o quanto o nosso esforço tinha valido a pena. Nós lutamos por ela e ela também foi forte. Tudo é gratificante demais”.

Bruna gravou um vídeo contando todo o caminho que percorreu com o intuito de alertar mais mães sobre o problema e espera que a informação seja compartilhada para que ela chegue ao maior número de pessoas possível. Até o momento, a mídia atingiu mais de 13 mil visualizações no Instagram. “Dou meu testemunho com a intenção de relatar esse milagre, pois se não fosse o agir de Deus em nossas vidas, se não fosse Ele, o caminho entre a descoberta e a cura não teria sido tão perfeito. Infelizmente não são todas as crianças que conseguem fazer a cirurgia no tempo correto; é triste, mas é real. A desigualdade social pode cegar uma criança, simplesmente porque não dá tempo de aguardar na fila do SUS”, finaliza.

Por ter sido operada precocemente, Manuela não terá sequelas e fará o uso do óculos enquanto houver recomendação de sua médica. O acessório não lhe causa limitação e ela consegue desenvolver todas as atividades esperadas de um bebê.

Agora, a família está promovendo a rifa de uma bolsa e uma moto (ou o valor dela em dinheiro) para conseguir custear os gastos do tratamento. Os valores variam entre R$ 50 e R$ 100 e podem ser adquiridos pelo perfil pessoal da Bruna no Instagram (https://www.instagram.com/brunaordinemalaman_/ ). O pagamento deve ser feito através de PIX (chave 16997675782 ).

A pequena Manuela, hoje com três meses, se recuperando da cirurgia e adaptando-se ao novo óculos. Na segunda foto, os pais Túlio e Bruna com a bebê dias antes da cirurgia em São Paulo

O que é Catarata Congênita?

A catarata congênita é uma turvação total ou parcial do cristalino (lente natural dos olhos) que está presente no nascimento ou logo após ele. As alterações podem ter diferentes causas, como infecções intrauterinas (rubéola, toxoplasmose, etc), hereditárias, distúrbios do metabolismo ou de origem desconhecida, resultando desde as pequenas distorções visuais até a cegueira.

Geralmente, a identificação da doença é feita no Teste do Reflexo Vermelho (TRV) – o conhecido Teste do Olhinho. O exame é feito na maternidade e deve ser repetido três vezes ao ano até os três anos de idade.

O tratamento depende da intensidade da opacificação e do grau de comprometimento visual.

Cataratas totais presentes ao nascimento devem ser operadas precocemente; já as parciais requerem avaliação individual.

A prevenção deve ser feita através da imunização para rubéola antes da gestação, acompanhamento pré-natal correto e detecção precoce com o encaminhamento imediato para o tratamento adequado.

(Informações: Médica Pediatra Dra. Lívia Franco)

 

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