Saúde

Fadiga Pandêmica: Psicóloga dá dicas de hábitos saudáveis para driblar o desgaste emocional durante a pandemia

A Covid-19 está cobrando um preço emocional muito alto em todo o mundo e em Taquaritinga/SP este cenário não poderia ser diferente. A falta da vida social há quase um ano e meio, bem como o medo de adoecer ou perder um ente querido para a morte são alguns dos motivos que têm desencadeado uma nova síndrome entre as pessoas: a fadiga pandêmica.

Utilizado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para denominar essa sensação de esgotamento, a fadiga é o estado de desgaste por precaução e restrições relacionadas à pandemia. “É um novo termo usado para os sentimentos de uma pessoa que se cansa das medidas impostas e se torna menos propensa a seguir as práticas de saúde pública”, explica a psicóloga Suzete Scalize em entrevista ao Jornal Tribuna.

A manifestação dos sintomas pode ser diferente para cada pessoa, mas as sensações mais comuns são a inquietação, irritabilidade, falta de motivação e dificuldade de concentração.

Não há como estimar a quantidade de pessoas atingidas por esse incômodo, mas a psicóloga afirma que o movimento de seu consultório aumentou consideravelmente nos últimos meses. “Tenho observado que a procura por atendimento de pessoas com queixas de sintomas, como ansiedade e depressão, tem aumentado muito, tanto nas crianças e como nos adultos. Muitas pessoas estão se sentindo menos motivadas a seguir comportamentos preventivos depois de conviver por meses com alterações na rotina e incertezas. Podemos entender que são vários os fatores que levam a essa desobediência; uma delas é considerar que, com o passar do tempo, os esforços para distanciamento social aumentam o sentimento de solidão e outros sentimentos desconfortáveis para nós – seres com necessidades sociáveis”, explica.

Suzete enfatiza que a ausência de experiência de convívio social adoece a vida emocional das pessoas, impedindo a oportunidade de estar com o outro, de empatia e de consolo nos momentos difíceis. “Nós somos seres sociáveis por natureza e comportamentos de sociabilidade é uma condição do ser humano. Esses comportamentos estão presentes em nossas relações de amizades, de familiares, de trabalho e escolar. O comportamento de sociabilidade do ser humano é uma necessidade constante para o bem-estar psíquico e físico”, esclarece.

Para lutar contra essa nova síndrome, a profissional recomenda que, embora estejamos convivendo com a fadiga pandêmica, é importante que façamos a escolha de redobrar os esforços para combater o contagio e continuarmos a fazer as atividades cotidianas, procurando atividades que aumentem o bem-estar, mas que haja risco reduzido. “Podemos nos vestir para trabalhar em homeoffice, nos alimentar de forma adequada e regular, praticar exercícios e separar períodos de trabalho e descanso. Fazer planos diferentes para dias que são de trabalho e os que são de folga ou realizar vídeos-chamadas com pessoas significativas e queridas. No momento que escolhemos pensar  que as restrições salvam vidas e que são hábitos que devem ser cumpridos mundialmente podemos desenvolver oportunidades para desenvolvermos novos comportamentos, repetindo os até que se tornem habito diário”, finaliza.  

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