Esporte

Pentacampeão Edmílson cria novo time, vira dirigente e quer formar jogadores para grandes clubes

No comando do Ska Brasil, que disputará a quarta e última divisão do Paulista, ex-jogador explica projeto de se tornar fornecedor de talentos para o futebol nacional e internacional

O pentacampeão Edmílson vive uma nova fase da carreira. Após colecionar títulos como jogador, o ex-zagueiro e volante agora é presidente do Futebol Clube Ska Brasil, com sede em Santana de Parnaíba. Criado em 13 de junho de 2019, o clube tem o objetivo de formar jogadores para os grandes do futebol brasileiro e internacional.

Aos 44 anos, Edmílson foi revelado pelo XV de Jaú e passou por São Paulo, Lyon, Barcelona, Villarreal, Palmeiras, Zaragoza e Ceará. Entre as principais conquistas, os títulos da Champions League pelo Barcelona e da Copa do Mundo de 2002 com a seleção brasileira. Agora, a ideia é levar a experiência como jogador para a gestão do Ska Brasil.

“Uma experiência nova pra mim, sempre gostei de trabalhar nessa área de formação. Ajudar garotos que querem ser jogadores de futebol. É um modelo e metodologia toda aplicada por mim. Reuni experiências que tive no futebol, como modelo de jogo, preparação física e a parte de assistência social, desenvolvendo um processo para ser aplicado no Ska. É algo novo pra mim estar na gestão”, explica Edmílson.

O Ska Brasil – que era o Osasco Futebol Clube – se prepara para a disputa da quarta e última divisão do Campeonato Paulista. Com a inscrição de jogadores com até 23 anos, a competição é a porta de entrada ideal para o projeto que Edmílson tem em mente: revelar e vender promessas para o mercado nacional e internacional.

“Um clube formado por mim. Fizemos uma junção com o Osasco e sócios japoneses. Temos a ideia de trabalhar as raízes do futebol brasileiro, com pilares educacionais. Entramos na quarta divisão pensando em formar um time para a Copa São Paulo. Queremos ser formadores de atletas pensando no tempo certo de maturidade. Quero subir para a Série A3 para poder jogar a elite do paulista sub-20, que permite que os jogadores possam aparecer ainda mais”, disse o ex-jogador.

O Ska Brasil conta com um centro de treinamento de fazer inveja a grandes clubes brasileiros, situado em Santana de Parnaíba. Os jogos na quarta divisão de São Paulo serão disputados no estádio José Liberatti, em Osasco.

“A gente quer subir, mas ser apontado como favorito acaba atrapalhando. Estamos montando um estrutura legal, não perde para nenhum time de primeira divisão. Queremos competir para formar. Futebol em si é um produto”, revela.

Sob comando de Leandro Mehlich, ex-treinador base de Santos e Corinthians, o Ska Brasil aposta em um modelo pré-estabelecido por Edmílson. Durante toda a entrevista, o pentacampeão deixou claro o seu clube é uma empresa, tendo que ser administrado da mesma maneira.

“O Leandro está no perfil da empresa, pensamos em um modelo que se aplica em todas as nossas áreas. O treinador tem que executar o perfil da empresa, não o dele. Sou totalmente contra treinador de base que está lá para se promover, o clube que precisa ser promovido. Boa parte do erro dos profissionais é o perfil do treinador dentro do clube. O Corinthians seguiu um modelo que veio do Tite e um dos erros que se comete no futebol é não escolher um modelo certo e perfil de funcionários, que são atletas. Quando você tem um perfil você se limita a errar. Flamengo e Santos, por exemplo, têm um perfil ofensivo, criativo e se você leva um jogador e profissional que não tem esse perfil, você acaba gerando uma pressão”, explica.

Com a junção de estrutura, investimento e conhecimento do futebol, Edmílson sonha resgatar a essência que se perdeu ao longo do tempo. Ao citar o início da carreira em Jaú, no interior de São Paulo, o ex-jogador disse que a principal missão é recuperar o futebol que era jogado nas ruas, sem a imposição tática e física cobrada nos dias atuais. Além disso, a intenção é formar profissionais para o mercado futebolístico.

“Foi bem em cima da minha vivência no futebol. Foi baseado no que a gente joga na rua, a gente precisa voltar para nossas raízes, mas ninguém foi atrás de investir em conteúdo. Precisamos investir em algo metodológico. Temos muito talentos, mas poucos educadores. Isso é uma lacuna do futebol brasileiro. Jogador de futebol é apenas uma função dentro do futebol. Precisamos formar e encaminhar as pessoas para essas profissões. Vemos exemplos de atletas que jogaram em grandes clubes e depois ficam sem saber qual rumo tomar”, disse.

O Ska Brasil estreia na quarta e última divisão do Campeonato Paulista no próximo sábado, contra a Mauaense, às 15h, no estádio José Liberatti, em Osasco. O time de Edmílson integra o Grupo 7, ao lado de Barcelona-SP, Mauá, Jabaquara e Mauaense, adversário da estreia.Será o primeiro jogo da história do Ska no futebol profissional. 

CT do Ska Brasil, time de Santana de Parnaíba — Foto: Renato Costa
Pentacampeão Edmílson, presidente do Ska Brasil, quer revelar jogadores para grandes clubes — Foto: Renato Costa
Edmilson, presidente do Ska Brasil — Foto: Divulgação

 

(Reportagem: Globo Esporte)

 

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