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Em Taquaritinga (SP): Idosa que recebeu primeiro transplante de córnea no HO fala sobre rotina após a cirurgia

     Ver televisão sem nitidez, não poder desfrutar de leituras ou não reconhecer fotos em porta-retratos. Essas foram algumas das dificuldades que estiveram presentes por anos na rotina de Amélia Campilho, de 73 anos, moradora de Taquaritinga (SP). Mas a história da idosa foi mudada há quase um ano, quando ela recebeu o primeiro transplante de córnea feito no Hospital de Olhos ‘Manoel Dante Buscardi’.

    Residente no município há mais de cinquenta anos, a sra. Amélia faz acompanhamento na unidade médica desde 2016, quando procurou pelos profissionais para operar a catarata. As cirurgias para correção ocorreram nos dois anos subsequentes e o sucesso de ambas foi definitivo para que a aposentada criasse um laço de respeito e admiração com todos os envolvidos; o que ela não sabia é que, anos depois, também faria parte da história do HO.   

     A idosa foi inserida na lista de pacientes encaminhados para transplante após a diretoria recebe a confirmação de seu credenciamento para tal procedimento – fato que ocorreu em 19 de Agosto de 2020. Graças ao ato de generosidade da família de um jovem, de 23 anos, que perdeu a vida em um acidente automobilístico, a cirurgia foi marcada.

     Em entrevista ao Jornal Tribuna, Amélia relembra que as preocupações da época foram insuficientes para fazê-la desistir da cirurgia. “Minha família temia pela pandemia. Quando recebemos o telefonema do agendamento, alguns (familiares) ficaram com medo da exposição ao Coronavírus, pois era uma fase de incertezas e notícias ruins. Eu também tive um pouco de medo, mas minha fé foi maior. Eu tinha certeza que iria dar certo, que todos ficariam bem e com saúde”, explica.

     No tão esperado dia, em 17 de Novembro de 2020, a confiança da idosa somou-se à dedicação de todos os colaboradores do HO. A administradora Carla Corrêa relembrou o preparo da equipe para o momento histórico. “Foi uma felicidade tão grande em meio ao caos. A expectativa pelo primeiro transplante fez com que nós, entre equipe médica e funcionários, não conseguíssemos dormir na noite anterior. Trabalhamos muito para que tudo ocorresse bem e como o planejado. Ficávamos revisando todas as orientações para garantir que nada havia sido esquecido. Foi um misto de emoções inesquecível”, relata.

     Sra. Amélia conta, com um sorriso no rosto, o momento em que foi para o centro cirúrgico. “Estava tudo tão leve, tão animado. Os médicos estavam otimistas e felizes e isso fez com que aquela tensão fosse quebrada. Eu confiei neles e eles também acreditaram em mim, então nada poderia dar errado” enfatiza.

     O procedimento teve início ás 7h com cerca de trinta minutos de duração e a aposentada recebeu alta após cumprir o período de internação em observação. Liberada pelos médicos, a equipe realizou o acompanhamento no pós-operatório com orientações á distância e consultas periódicas no hospital.

     O transplante trouxe maior independência para a idosa, que possui uma rotina ativa na comunidade. “Estou sempre rodeada de amigos e familiares, participo da Igreja e tenho muito amizade com meus vizinhos. Gosto que a nossa rua esteja sempre limpinha, por isso limpo todos os dias até onde consigo (risos). Ler a Bíblia era algo que eu gosto muito e não conseguia mais; agora voltei a fazer a leitura. Estou muito feliz”, finaliza.

Sra. Amélia Campilho – primeira paciente a receber o transplante de córnea criou um laço de amizade com toda a equipe de colaboradores e agora faz parte da história do HO

     Em menos de um ano e driblando os obstáculos impostos pela pandemia de Covid-19, mais 13 pessoas também somaram-se a lista de pessoas que tiveram a mesma conquista da sra. Amélia.

     A equipe que esteve à frente do procedimento que, para a aposentada, foi a ‘maior alegria de sua vida’, foi composta pelos oftalmologistas dr. Leonardo Tannus Malki e dr. José Eduardo Pazim (profissionais especialistas em Cristalino e Córnea e que estão há mais de 14 anos na unidade) e do anestesista dr. Paulo Tadeu de Mello.

Os médicos responsáveis pelo transplante de córnea da sra. Amélia e de outros treze pacientes que fizeram a cirurgia em um ano de habilitação do HO

 

 

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