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Crônica da semana por Nilton Morselli

Torcida por Roseana

Estou torcendo para que a escritora Roseana Murray se recupere. Ela teve de ser socorrida de helicóptero até um hospital, na manhã de sexta-feira (5), após ser atacada por pelo menos três pitbulls. Desculpe-me o leitor pelos detalhes, mas a senhora de 73 anos teve partes do abraço arrancados e foi arrastada pelos animais, enquanto caminhava por Saquarema, linda região do Rio de Janeiro.

Rezo para que Roseana, autora de mais de 100 livros, formada em literatura francesa, escape dessa. Porque não é fácil resistir às mordidas dilacerantes de cães ferozes, que levam inúmeras bactérias para dentro do organismo. Fora a dor imensa, é uma infecção difícil de ser combatida.

É uma grande irresponsabilidade por parte de alguns criadores de cães descontrolados. São inúmeros os acidentes domésticos que a imprensa noticia. Quando não é um estranho, é o próprio tutor ou familiar que tem o corpo deformado ou a vida abreviada por mordidas do bicho que alimenta e trata com carinho.

Dizem que é a forma como o animal é criado que define se ele será dócil ou feroz. Contem outra. Nunca vou acreditar nisso. Os “acidentes” estão aí para comprovar. Cada raça tem seu componente comportamental característico, sua “índole”, que pode vir à tona a qualquer momento.

Animais domésticos não foram feitos para viver na rua. Esses dias eu tive uma experiência dessas. Meu gato fugiu e alcançou a rua. Deu azar de topar com dois cães de um morador de rua. Zorro, um siamês gordinho e amoroso, não conseguiu se safar do ataque mortal. Ele aparecera já adulto aqui em casa em julho de 2022. E ficou.

Sim, estou errado de deixar o gato de estimação escapar. Mas não é certo uma pessoa ocupar espaços públicos e possuir uma matilha de oito, dez cães, que vivem avançando nos transeuntes. Mas, fazer o quê? Os moradores de rua não podem ser incomodados, viraram os donos do pedaço.

Não se compara a vida de um gato à de uma pessoa, seja ela escritora ou uma dona de casa. Mas ninguém quer passar por isso. É de se admirar o trabalho de voluntários que zelam pela vida dos animais, sobretudo os de rua. Na medida do possível, são recolhidos e castrados. É um trabalho sem fim, porque os recursos são escassos e o alcance é limitado.

Quanto aos cães de raças perigosas, seus donos precisam ter mais cuidado para evitar tragédias como a de Saquarema. Devem mantê-los em suas casas para que não façam vítimas pelas ruas. E rezar para que eles mesmos não sejam as vítimas.

Foto: Reprodução

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