Como a IA tem colaborado com o esporte amador
Por Marcus Rogério de Oliveira*
A inteligência artificial (IA) vem revolucionando diversas áreas, conforme estamos mostrando nesta nossa série de artigos sobre a IA e suas aplicações. Agora, vamos falar sobre como os esportes amadores também podem se beneficiar dessas tecnologias.
Utilizando descrições e análises descritivas de jogos anteriores e estatísticas de atletas, modelos de IA generativa conseguem analisar táticas e estilos de jogo, identificando pontos fortes e fracos tanto do próprio time quanto de adversários. Esses padrões detectados podem ser transformados em relatórios e sugestões personalizadas para treinadores e atletas.
Por exemplo, o prompt “O goleiro sofreu 5 gols nos últimos 2 jogos, depois de ter levado apenas 3 gols em 10 partidas. Estude seus números dos 2 últimos jogos sendo que foram defesas difíceis (12), bolas seguras (75), saída do gol com sucesso (3) e falhas de gol de cabeça dentro da pequena área (3) e dê um feedback para melhorar sua confiança e técnica” irá auxiliar o treinador de goleiros a dar feedbacks construtivos, propor variações de treinos e ajudá-lo a melhorar sua confiança.
Da mesma forma, atletas individuais podem receber avaliações detalhadas sobre seu desempenho físico e técnico baseadas em sensores vestíveis e descrições estatísticas do próprio técnico. Com isso, é possível focar em aspectos específicos das habilidades que precisam aprimorar, como velocidade, movimentação ou resistência. Além disso, modelos generativos de IA podem estimar a performance de jogadores em cenários futuros, auxiliando na escalação do time titular.
Por exemplo, o prompt “O velocista bateu seu recorde pessoal nos 100m rasos, reduzindo seu tempo em 2s. Entretanto, apresentou irregularidade nos 200m, superando em 21s sua marca. Estude seu desempenho e aponte como aprimorar a performance nas distâncias maiores” pode gerar dicas sobre treinos, estratégicas, técnicas de curva, etc.
Temos hoje na cidade equipes que podem testar essas tecnologias. Os técnicos e atletas podem experimentar e ver se é possível obter um salto de qualidade a partir das análises imparciais que aprimoram desempenhos e fortalecem a competitividade.
Importante salientar que, embora os modelos de IA generativas possam fornecer valiosas informações, nada substitui a visão, experiência e capacidade de liderança de um bom técnico humano. A IA se mostra uma importante ferramenta auxiliar na tomada de decisões, mas o treinador continua sendo o principal responsável por interpretar os números, motivar o grupo e tomar importantes decisões dentro e fora de campo.
*Marcus Rogério de Oliveira é um renomado professor da Fatec de Taquaritinga, onde leciona desde 1995. Com um extenso currículo acadêmico, é Doutor em Biotecnologia pela UFSCar, Mestre em Ciência da Computação pelo ICMC-USP e Bacharel em Ciência da Computação pela Unoeste. Sua vasta experiência o tem levado a atuar em áreas como Banco de Dados, Desenvolvimento de Sistemas, Engenharia de Dados e Ciência de Dados.