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Taquaritinga encolheu, mas tem potencial para crescer

Malha viária, localização e instituições de ensino: o município possui toda a estrutura para voltar a crescer

Por Artur Piva

A população de Taquaritinga encolheu, mostrou o Censo de 2022. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística divulgou os dados do levantamento na quarta-feira 28. Os moradores locais caíram de praticamente 54 mil (em 2010) para cerca de 52 mil. Entre as cidades de porte similar ao redor, apenas Itápolis também teve queda na quantidade de habitantes.

Quando postos na mesa, os dados revelam que Matão, Jaboticabal e Monte Alto cresceram em moradores, mesmo que de forma modesta. O curioso é que Taquaritinga é a mais bem-servida de todas essas cidades quando o assunto é o escoamento de mercadorias – o que deveria, por si, impulsionar a economia local.

 

Uma potência adormecida

Taquaritinga possui a malha viária mais organizada, em comparação a esses quatro outros municípios. Aqui, uma série de avenidas faz o trânsito fluir e, diferentemente do que se vê ao lado, não existem enchentes na principal artéria: a avenida Vicente José Parise.

Além disso, nos conectamos ao Porto de Santos por um caminho completamente feito por pistas, pelo menos, duplas. Também conseguimos nos ligar às outras saídas e entradas do Estado por estradas largas, que favorecem o fluxo.

Dentro da cidade, temos instituições de ensino que deveriam alavancar a disponibilidade de mão-de-obra qualificada. Fatec e Etec, com seus cursos de tecnologia da informação, produção de alimentos e gestão, são exemplos disso. E elas não estão sozinhas: existe ainda o ITES formando professores, administradores e agrônomos para servirem às vocações locais.

Então, qual será o grande problema para Taquaritinga não crescer? A cidade tem potencial, isso é um fato já comprovado pela história e pelos milhares de taquaritinguenses emprestados ao mundo que conseguiram destaque em suas profissões e empreendimentos, quando realizados em outros municípios.

Entre meus amigos, a maioria dos que prosperaram como técnicos ou empresários tiveram de sair. Claro, existem fortunas e empreendimentos locais ainda mantendo acesa a chama que move a cidade. Contudo, é preciso encontrar a fórmula para repetirmos boom econômico visto em décadas anteriores.

 

Um dos muitos caminhos possíveis

Meu palpite para voltarmos ao crescimento de ontem é a agroindústria. Mas não aquela grande, importando investimentos de outros cantos do país. Para as grandes marcas, nesse momento, não temos tanto a oferecer.

O negócio é investir em taquaritinguenses. Veja o exemplo de Monte Alto: a Fugini nasceu de um empresário local para ganhar o mundo. Por que isso não aconteceu ainda por aqui?

Existe uma vocação latente na cidade para, por exemplo, a indústria do doce. Há matéria-prima, mão-de-obra e produto de qualidade nesse setor. O desafio é transformar esse segmento em um criador de riqueza em massa para que a população volte a crescer. Um caminho é a produção fragmentada em várias pequenas e micros empresas, sob o guarda-chuva de uma grande cooperativa. Ela proveria assistência técnica para espalhar os doces taquaritinguenses pelo Brasil – e até mesmo pelo mundo.

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