DESTAQUEMais recentesTecnologia

A Inteligência Artificial Generativa e os Professores: Enfrentando Receios e Abraçando Oportunidades

Por Marcus Rogério de Oliveira*

À medida que a Inteligência Artificial (IA) generativa ganha força, com modelos como o Claude e o ChatGPT, é natural que os professores sintam algum receio e até ansiedade em relação a essa nova tecnologia disruptiva. Afinal, essas ferramentas poderosas estão transformando profundamente a forma como o ensino é conduzido.

No entanto, é importante lembrar que a adoção de novas tecnologias é um processo gradual, e a Internet também enfrentou resistência inicialmente antes de se tornar um aliado indispensável para os educadores e outros profissionais. Assim como a Internet revolucionou o acesso à informação e abriu novas possibilidades para o ensino, a IA generativa também está se tornando uma poderosa aliada para os professores, desde que utilizada de forma consciente e equilibrada.

Com a capacidade de gerar textos, diálogos e exercícios personalizados, os modelos de IA podem ser utilizados nas disciplinas de idiomas e português, por exemplo, adaptando o conteúdo às necessidades específicas dos alunos. Além disso, esses modelos podem fornecer feedback e correção automática de redações e trabalhos escritos, economizando tempo valioso dos professores e permitindo que os alunos aprendam com seus erros de forma mais eficiente.

A preparação e correção de provas também podem ser auxiliadas pela IA generativa. Esses modelos podem gerar questões diversificadas com base no plano de ensino, criando versões alternativas para reduzir a possibilidade de cópia. Eles também podem corrigir automaticamente questões objetivas e analisar respostas discursivas, fornecendo uma pontuação inicial e identificando potenciais casos de plágio entre os alunos.

Na preparação de planos de ensino, a IA generativa pode sugerir abordagens pedagógicas baseadas em dados dos próprios alunos e do mercado de trabalho, planejar atividades e cronogramas personalizados, além de gerar recursos complementares, como slides e imagens. Essa capacidade de personalização permite que os professores ofereçam uma experiência de aprendizado mais envolvente e alinhada às necessidades dos estudantes.

Outra área fundamental é a análise de desempenho e mapeamento de dificuldades individuais de cada aluno. Os modelos de IA podem identificar padrões, pontos fortes e lacunas de aprendizado, fornecendo insights valiosos sobre os tópicos que exigem mais atenção. Com base nessas informações, os professores podem pensar em estratégias personalizadas para cada aluno, monitorando seu progresso ao longo do tempo.

Quero tranquilizar meus queridos amigos professores, que embora a IA generativa seja uma ferramenta poderosa, ela não substitui completamente o papel dos professores. Esses modelos podem apresentar vieses e imprecisões, e sua utilização requer supervisão e validação humana. Além disso, questões éticas, como privacidade e segurança de dados, devem ser cuidadosamente consideradas.

A IA generativa é uma aliada valiosa na educação, inclusive na tecnológica. Ela permite que o professor se concentre em aspectos mais complexos do processo de ensino-aprendizagem e, o que é mais importante, no aspecto humano. Com o suporte dessas ferramentas em tarefas como geração de materiais, correção de provas e análise de desempenho, os educadores terão mais tempo e recursos para se dedicar ao desenvolvimento integral dos alunos, compreendendo suas necessidades individuais, cultivando a empatia e estabelecendo conexões significativas. À medida que essa tecnologia continua a evoluir, é essencial que os educadores estejam abertos a explorar suas potencialidades, mantendo sempre um olhar crítico, um compromisso com a qualidade do ensino e, acima de tudo, um compromisso forte com o aluno como ser humano.

 

*Marcus Rogério de Oliveira é um renomado professor da Fatec de Taquaritinga, onde leciona desde 1995. Com um extenso currículo acadêmico, é Doutor em Biotecnologia pela UFSCar, Mestre em Ciência da Computação pelo ICMC-USP e Bacharel em Ciência da Computação pela Unoeste. Sua vasta experiência o tem levado a atuar em áreas como Banco de Dados, Desenvolvimento de Sistemas, Engenharia de Dados e Ciência de Dados.

 

(Imagem gerada por Inteligência Artificial)

 

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *