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TRUMP E O BRASIL

Por Luís José Bassoli

A vitória de Donald Trump gera especulações quanto à relação com o Brasil. Proponho a reflexão:

A primeira gestão Trump criou uma crise nas relações exteriores, sua política, de extrema-direita, corroeu os pilares morais que eram a marca dos EUA – Democracia e Direitos Humanos.

O “America First”, política baseada no nacionalismo e unilateralismo, causou problemas com aliados, inclusive da OTAN, ameaçou “não defender a Europa”, que estava inadimplente com a Organização.

Mesmo sob o “fã” Jair Bolsonaro (que se declarou: – Trump, I love you!), o Brasil nem passou perto dos interesses de Washington.

FATOR LULA
O presidente Lula sempre se portou de maneira altiva com todos os líderes, sem bajular nem menosprezar ninguém, focado no papel do Brasil e no diálogo.

Em 2002, se encontrou com George Bush, na Casa Branca; se reencontraram no ano seguinte.

Em 2005, recebeu Bush, na Granja do Torto, num churrasco com picanha, alcatra, cordeiro; em 2007, Bush retribuiu: Lula foi o primeiro latino-americano recebido em Camp David, retiro de campo presidencial.

Se deram muito bem – ao deixar o poder, Bush telefonou a Lula e o convidou para visitar o Texas.

Em 2009, se encontrou com Barack Obama; o blog da Casa Branca postou: “Obama é grande admirador da liderança progressista do presidente Lula”; se reencontraram no G-20, em Londres, quando Obama disse: “Esse é o cara, adoro esse cara!”.

O americano chegou a criticá-lo na esteira da Lava Jato, mas o apoiou no 8 de Janeiro, em defesa da “democracia brasileira”.

Ainda em 2009, recebeu o ex-presidente Jimmy Carter, em Brasília, para selar cooperação do Minha Casa Minha Vida com a Fundação Carter.

Também se encontrou com Bill Clinton (2011 e 2014), conversas sobre o papel pós-presidência.

Em 2023, Lula se reuniu com Joe Biden, em Washington e Nova York, encontros cordiais e producentes.

TRUMP 2 E LULA 3
Será interessante ver a relação entre os Chefes-de-Estado, diferentes na ideologia e parecidos na defesa de seus ideais.

As prioridades dos EUA estão do outro lado do mundo: China, Rússia, Israel, Irã; por isso, acho, “só acho”, que as relações bilaterais das duas potências das Américas dependerão da conduta pessoal dos presidentes.

Creio que se entenderão, para decepção dos que apostam no conflito – e para o bem do Continente Americano.

(Com: Itamaraty; G1; UOL; TV Brasil; NSC Total e agências).

Foto: Portal FIEC

Luís José Bassoli é advogado, graduado pela Universidade Mackenzie, formado pela Escola de Governo de SP, pós-graduado em Didática pela Unip, professor de Geopolítica do Colégio Objetivo, ex-professor de Comércio Internacional da FATEC e ex-presidente da Câmara Municipal de Taquaritinga.

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