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PAZ NA PALESTINA?

Por Luís José Bassoli

A Casa Branca divulgou, na segunda-feira (29/9), a proposta do presidente Trump para acabar com a guerra em Gaza.

São 20 pontos, em síntese:

  1. Gaza será desradicalizada e livre do terrorismo.
  2. Reconstrução de Gaza, em benefício do seu povo.
  3. As forças israelenses se retirarão, para se preparar para a libertação dos reféns, com a suspensão de todas operações militares, até que sejam reunidas as condições para a retirada completa.
  4. A devolução, pelo Hamas, de todos os reféns israelenses, vivos ou mortos.
  5. A libertação, por Israel, de 250 palestinos condenados à prisão perpétua, e de 1.700 habitantes detidos após os ataques de 2023, incluindo mulheres e crianças. Por cada restos mortais libertados pelo Hamas, Israel libertará de 15 palestinos.
  6. Os membros do Hamas que desativarem suas armas serão anistiados; os que desejarem deixar Gaza terão passagem segura aos países receptores.
  7. Envio imediato de ajuda humanitária, reabilitação de infraestruturas, remoção de escombros e abertura de estradas.
  8. A entrada/distribuição de ajuda serão feitas pela ONU e instituições internacionais.
  9. Implantação de um governo transitório, composto por palestinos e peritos internacionais, com supervisão do órgão “Conselho da Paz”, chefiado por Trump, com outros membros, incluindo o ex-primeiro-ministro britânico Tony Blair, que administrará a região até que a Autoridade Palestina conclua seu programa de reformas.
  10. Convocação de especialistas para definir um plano de desenvolvimento econômico.
  11. Estabelecimento de uma zona econômica especial, com tarifas preferenciais aos investidores.
  12. Ninguém será forçado a sair de Gaza; encorajar as pessoas a ficar, oferecendo oportunidades.
  13. Impedir o Hamas e facções de qualquer papel no governo de Gaza; destruir as infraestruturas militares; iniciar a desmilitarização de Gaza, sob supervisão internacional.
  14. Garantir que Hamas e facções cumpram suas obrigações.
  15. Desenvolver, com parceiros árabes, a Força de Estabilização Internacional (ISF) temporária, que treinará as forças policiais palestinas, sob consultoria de Jordânia e Egito, que trabalharão com Israel na proteção das fronteiras; criar mecanismo de resolução de conflitos.
  16. Israel não ocupará nem anexará Gaza; à medida que a ISF estabelecer o controle, as Forças de Israel se retirarão do território.
  17. No caso de o Hamas atrasar/rejeitar a proposta, as operações de ajuda prosseguirão nas áreas entregues por Israel à Força de Estabilização.
  18. Estabelecimento de diálogo inter-religioso, para tentar mudar as mentalidades de palestinos e israelenses, enfatizando a paz.
  19. Com o redesenvolvimento de Gaza e a execução do programa da Autoridade Palestina, os EUA reconhecerão estarem reunidas as condições para a criação do Estado Palestino.
  20. Os EUA estabelecerão o diálogo entre israelenses e palestinos para chegar a um horizonte político de coexistência pacífica e próspera.

ESPERANÇA E CETICISMO

Trump disse que o premiê israelense Netanyahu aceitou a proposta e que o Hamas teria “dado sinais” de querer o acordo.

Muitos preferem a cautela, pois Trump e Netanyahu têm histórico de não cumprir suas promessas – em junho, EUA e Israel atacaram o Irã, na véspera da reunião de paz, que aconteceria no Catar; há 20 dias, as forças israelenses bombardearam o próprio Catar, para assassinar o negociador-chefe do Hamas, Khalil Al-Hayya, que estava na capital Doha.

A proposta de Trump foi saudada pelo presidente da França, Emmanuel Macron, pelos primeiros-ministros do Reino Unido, Keir Starmer, da Espanha, Pedro Sánchez, e pelo ministro das Relações Exteriores da Alemanha, Johann Wadephul; em contrapartida, o ministro das Finanças de Israel, Bezalel Smotrich, classificou o plano como “um fracasso diplomático estrondoso”.

(Com: CartaCapital; BBCBrasil; G1; Reuters; Bloomberg e agências).

 

Luís José Bassoli é advogado, graduado pela Universidade Mackenzie, formado pela Escola de Governo de SP, pós-graduado em Didática para o Ensino Superior pela Unip, professor do Colégio Objetivo; foi professor da Fatec, vice-presidente da Subseção da OAB e presidente da Câmara Municipal de Taquaritinga.

Foto: Chatham House

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