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IA: A Nova Moeda do Trabalho

Por Marcus Rogério de Oliveira*

Realizando as pesquisas para essa nossa série sobre tecnologias disruptivas, um dado importante chamou nossa atenção e está provocando uma mudança incrível no cenário profissional: 71% dos líderes empresariais afirmam preferir candidatos com habilidades em Inteligência Artificial (IA). A informação aparece em estudos como o Gartner Hype Cycle for Emerging Technologies 2025 e em relatórios da McKinsey sobre o futuro do trabalho. Este número não apenas aponta uma tendência, mas revela uma realidade em pleno crescimento: a IA deixou de ser apenas uma vantagem competitiva para se tornar uma exigência. Alguns dizem que ela já é uma commodity.

O mercado global de IA alcançou a marca de US$ 391 bilhões em 2025, com projeções de crescimento anual de 35,9% até 2030, segundo a Exploding Topics. Esse avanço não se restringe às grandes economias globais: no Brasil, setores como varejo, saúde, agronegócio e finanças estão acelerando a adoção de tecnologias inteligentes. Isso significa que empresas locais, regionais e nacionais estão em busca de profissionais capazes de aplicar IA para gerar valor imediato. A ausência de talentos preparados já se torna um gargalo para o crescimento de muitas organizações brasileiras.

O motor dessa transformação está na automação. Modelos generativos como ChatGPT e Grok, aliados a plataformas de suporte à decisão como Salesforce e Power BI, estão remodelando processos de negócios. Hoje é possível automatizar tarefas, personalizar serviços em larga escala e tomar decisões mais rápidas e precisas, orientadas por dados. Essa integração da IA ao cotidiano das organizações não representa apenas redução de custos, mas ganhos exponenciais em eficiência e inovação. Líderes sabem que um candidato familiarizado com essas ferramentas pode gerar impacto imediato em indicadores de produtividade dentro da empresa.

Se o mercado de IA cresce, a formação de profissionais, no entanto, não acompanha o mesmo ritmo. Segundo o World Economic Forum, apenas 2,5% da força de trabalho global possui habilidades em IA. No Brasil, o desafio é ainda maior, pois a integração da IA nos currículos educacionais é limitada e recente. Esse vácuo cria uma grande lacuna: empresas querem profissionais prontos para lidar com IA, mas a formação tradicional ainda não atende essa urgência. Nesse cenário, iniciativas como as da Fatec Taquaritinga, que desenvolve grupos de estudo e capacitação prática em IA, tornam-se fundamentais para reduzir a distância entre a demanda do mercado e a preparação dos talentos.

Outro aspecto decisivo é que os líderes estão priorizando habilidades em IA em detrimento da experiência tradicional. Enquanto processos internos e rotinas corporativas podem ser aprendidos com relativa rapidez, a compreensão prática da IA exige estudo, prática e mentalidade de adaptação constante. Um candidato que domina a IA pode aprender os fluxos internos de uma empresa em pouco tempo; já quem desconhece a tecnologia terá dificuldades em acompanhar a velocidade das transformações em curso.

O dado de que 71% dos líderes preferem candidatos com habilidades em IA não deve ser interpretado apenas como estatística. É um divisor de águas. Para profissionais e estudantes, a mensagem é clara: investir em habilidades de IA é investir em empregabilidade, relevância e protagonismo no mercado de trabalho.

A Fatec Taquaritinga já lidera esse movimento, transformando talentos locais em protagonistas de uma economia cada vez mais inteligente, mostrando que o futuro do trabalho pode começar aqui mesmo em nossa comunidade.

 

*Marcus Rogério de Oliveira é um renomado professor da Fatec de Taquaritinga, onde leciona desde 1995. Com um extenso currículo acadêmico, é Doutor em Biotecnologia pela UFSCar, Mestre em Ciência da Computação pelo ICMC-USP e Bacharel em Ciência da Computação pela Unoeste. Sua vasta experiência o tem levado a atuar em áreas como Banco de Dados, Desenvolvimento de Sistemas, Engenharia de Dados e Ciência de Dados.

(Imagem gerada por IA)

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