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ECONOMIA, TEMPO, OPÇÕES, RISCOS

Por Luís José Bassoli

A população israelense é acostumada a viver numa “bolha de bem-estar social”, servida pela mão de obra barata dos palestinos.

Com a guerra, vê sua economia ruir: queda do PIB, desemprego, inflação; pela primeira vez, a agência Moody’s rebaixou a classificação do país.

Já o Irã é acostumado a viver com as sanções de EUA e Europa; agora, aumentou sua produção de petróleo e viu o preço do produto subir, a população não sente tanto o impacto da crise.

O tempo, pois, corre contra os interesses israelenses.

OPÇÕES DE NETANYAHU
Prestes a ter mandado de prisão expedido pelo Tribunal Penal Internacional, o primeiro-ministro precisa da guerra.

Só que as forças israelenses não têm condições de combater o Irã, são eficientes pra matar civis e enfrentar pequenos grupos, mas são ineficazes na batalha contra tropas bem treinadas.

MOSSAD
A agência responsável pelas operações secretas é extremamente eficaz em executar líderes inimigos.

A estratégia de Netanyahu para o Irã caberia ao Mossad: assassinar o líder supremo, Aiatolá Khamenei, para alimentar a oposição política interna e insuflar a parte da população que não apoia o regime – que não é pequena, diga-se.

O Irã sabe disso e tomou medidas para proteger seu líder, aprendeu com a ação israelenses que matou o número 1 do Hamas em plena Teerã – e que usou 80 toneladas de bombas para matar o ícone da Resistência Islâmica, xeique Nasrallah, que estava “protegido” num banker subterrâneo em Beirute.

Matar Khamenei será o maior desafio da história do Mossad.

TÁTICA ARRISCADA
Caso não consiga eliminar Khamenei, Israel estará em maus lençóis: politicamente, o Irã se fortalecerá no mundo islâmico; militarmente, o contra-ataque, com centenas, senão milhares de mísseis, será devastador, com a possibilidade, enfim, duma ação coordenada com Houthis, Hezbollah, Resistência Iraquiana.

Israel também sabe disso e também está tomando medidas para se proteger, aprendeu com os ataques que seus sistemas de defesa não dão conta – e recebeu dos EUA o sofisticado sistema de defesa THAAD.

O Irã, por precaução, recebeu da Rússia o sistema de defesa de alta tecnologia, chamado S-400.

ÚNICAS CERTEZAS
A crise no Oriente Médio está fora de controle e Netanyahu não obedece a ninguém: nem à ONU, Corte Internacional de Justiça, Tribunal Penal Internacional ou Washington.

Luís José Bassoli é advogado, jornalista, professor de Geopolítica, ex-professor de Comércio Internacional da FATEC, pós-graduado em Didática e colaborador do Tribuna.

(Com: CNN Brasil; Reuters; BBC Brasil; Canal Arte da Guerra; G1; Sputnik Brasil e agências).

Foto: Wikimedia Commons

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