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Dos parquinhos para os Pixels: As Brincadeiras das Crianças em Nossa Cidade agora estão no celular, no videogame e no computador

Por Marcus Rogério de Oliveira*

Os ruídos de crianças brincando ao ar livre, que costumavam ser a trilha sonora da nossa querida cidade, estão sendo gradualmente substituídos pelo zumbidos, ruídos, sons vibrantes e melodias animadas dos dispositivos digitais.

Na verdade, não é somente aqui. Nossa cidade representa um microcosmo do que está acontecendo no Brasil e no mundo inteiro. As praças públicas, os parques, os campinhos, as ruas e calçadas outrora repletas de crianças se divertindo, agora estão mais silenciosas. Em vez disso, os sons da diversão e da alegria infantil têm se transferido para os mundos virtuais dos videogames, celulares e computadores.

É inegável que a tecnologia trouxe benefícios consideráveis. Os dispositivos digitais oferecem uma infinidade de recursos de aprendizado e entretenimento. Jogos interativos, aplicativos educacionais e plataformas de leitura digital têm o poder de enriquecer a mente das crianças de formas antes inimagináveis. No entanto, como tudo na vida, o equilíbrio é essencial.

A transição “dos playgrounds aos pixels” não está apenas alterando a forma como as crianças brincam, mas também está moldando sua saúde física, habilidades sociais e desenvolvimento emocional. Grande parte das crianças de nossa cidade, assim como as de outras cidades pequenas do Brasil, estão passando mais tempo sentadas em frente às telas e menos tempo se movimentando ao ar livre.

Socialmente, as brincadeiras ao ar livre proporcionam às crianças a oportunidade de aprender a negociar, resolver conflitos e desenvolver habilidades de liderança. Apesar de existirem jogos digitais que incentivam a colaboração, eles não podem substituir completamente a riqueza da interação face a face.

Por outro lado, o universo digital também é uma janela para o mundo. Ele fornece às crianças acesso a culturas e conhecimentos diversos, ampliando seus horizontes muito além das fronteiras da nossa cidade.

Na realidade, é preciso conscientização. Todos nós percebemos isso. As famílias, as escolas e a comunidade como um todo precisam trabalhar juntas para garantir um equilíbrio saudável entre o mundo digital e as atividades ao ar livre. Assim, as crianças podem se beneficiar das vantagens que a tecnologia oferece sem perder a conexão com o mundo real.

Enfrentar o desafio do equilíbrio entre playgrounds e o mundo digital não é tarefa fácil, mas é uma jornada necessária. As crianças de hoje são a primeira geração a crescer completamente imersa em um mundo digital. O modo como elas navegam entre os quintais, parquinhos e praças e o mundo digital determinará não apenas seus futuros, mas o de toda uma geração.
Então, como podemos em Taquaritinga e em outras cidades por todo o Brasil, equilibrar o antigo com o novo? Como podemos permitir que nossas crianças desfrutem dos benefícios da era digital sem sacrificar as alegrias e lições da brincadeira tradicional?

É uma excelente reflexão que começa com o entendimento da situação e com um compromisso com o equilíbrio. Afinal, enquanto continuarmos a também valorizar a importância do brincar, dos parquinhos, quintais de terra, praças e playgrounds, podemos garantir que nossas crianças cresçam equilibradas, conhecendo o melhor dos dois mundos e prontas para enfrentar o futuro que ela escolher, seja ele digital ou não.

 

*Marcus Rogério de Oliveira é um renomado professor da Fatec de Taquaritinga, onde leciona desde 1995. Com um extenso currículo acadêmico, é Doutor em Biotecnologia pela UFSCar, Mestre em Ciência da Computação pelo ICMC-USP e Bacharel em Ciência da Computação pela Unoeste. Sua vasta experiência o tem levado a atuar em áreas como Banco de Dados, Desenvolvimento de Sistemas, Engenharia de Dados e Ciência de Dados.

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