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DEEP STATE: QUEM REALMENTE GOVERNA?

Por Luís José Bassoli

Nos EUA, a “maior Democracia do Ocidente”, o presidente da República não é eleito diretamente pelo voto popular, e sim por um intrincado sistema de colégios eleitorais, que permite que o candidato com menos votos possa ser eleito.

AFINAL, QUEM ESTÁ NO COMANDO?
Historicamente, os partidos Democrata e Republicano se revezam na Administração, sem que haja grandes mudanças na política interna nem alterações bruscas nas relações internacionais.

No início do século 20, o presidente Theodore Roosevelt (1901/1909) revelou: “Por detrás do governo oficial há um governo invisível, uma maligna aliança entre negócios corruptos e política corrupta”.

No início do século 21, surge o termo “Deep State” (Estado Profundo, na tradução livre), a renomear a expressão “governo invisível”.

Cem anos depois de Theo Roosevelt, o então candidato Donald Trump repete a tese: “Uma estrutura de poder, responsável por decisões econômicas, que rouba nossa classe trabalhadora e transfere a riqueza do nosso país para o bolso de um seleto grupo”.

Independentemente da nomenclatura, tal estrutura é cada vez mais poderosa.

DEEP STATE
Nas últimas décadas, a “entidade fantasma” se emaranhou de tal forma com os órgãos públicos que não há como diferenciá-los.

Os agentes do Deep State não têm “rostos”, são despersonalizados, analistas conseguem identificar algumas corporações e investidores, com destaque ao “Big Three” (Três Grandes):

  • BlackRock – Gestora de investimentos, com sede em Nova York, atua, também, no sistema financeiro informal.
  • State Street – Prestadora de serviços financeiros, com sede em Boston.
  • Vanguard – Maior gestora de fundos de investimento do mundo, sediada na Pensilvânia.

O Deep State embarca o Vale do Silício, região da Califórnia que abriga mega-empresas de tecnologia (Apple, Google, Intel, Facebook, LinkedIn), bancárias (Fargo, Visa), petróleo (Chevron), que influenciam a governança global e impõem seus interesses nas diversas áreas políticas, econômicas, sociais, etc.

Exemplo clássico foi a espionagem da Agência Nacional de Segurança (NSA) sobre a presidenta Dilma Rousseff e a Petrobrás, que não foi iniciativa do presidente Obama, mas das petrolíferas; Obama, mesmo que quisesse, não tinha como impedir.

Outros órgãos de inteligência dos EUA, como FBI e CIA, são redutos do Estado Profundo, com tentáculos pelo mundo todo.

IMUTABILIDADE DO DEEP STATE
A ideia do sistema do Colégio Eleitoral visava impedir a “personificação” do líder, i.é., o presidente não é “dono” dos milhões de votos da população, pois foi indicado pelos Delegados do Colégio Eleitoral.

Esse sistema desestimula o presidente a se comportar como “ditador”; paradoxalmente, o enfraquece politicamente para enfrentar o “governo invisível”.

INDÚSTRIA DA GUERRA
Pouco restou do antigo aparato industrial americano, hoje, a indústria tradicional representa menos de 20% da economia, o setor de serviços mais de 70%.

Em contrapartida, o complexo industrial-militar cresce, constantemente, sendo responsável por mais de 40% da exportação global de armas – Ucrânia e Israel são os principais compradores.

CONCLUSÃO
Quando vemos o secretário de Estado, Antony Blinken, ou a embaixadora na ONU, Linda Thomas-Greenfield, se contorcendo para explicar o apoio à Ucrânia e Israel, e sabotando as tentativas de paz, temos que saber que não recebem ordens de Joe Biden ou de Kamala Harris, mas do Deep State, que é quem, realmente, manda no Império.

Luís José Bassoli é advogado, jornalista, professor de Geopolítica, ex-professor de Comércio Exterior da FATEC, pós-graduado em Didática para o Ensino Superior e colaborador do Tribuna.

Imagem: Portal Gazeta do Povo

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