CIDADEDESTAQUEMais recentes

Crônica da semana por Nilton Morselli

Crescendo para cima

Há cinquenta anos, Taquaritinga tinha quase a metade do tamanho atual, tanto em área habitada quanto em número de moradores. Quando circulou a notícia de que o município ganharia seu primeiro prédio de apartamentos, surgiram comentários de todos os tipos. “Quem vai querer morar empoleirado?”, perguntavam os sempre prontos a criticar. “Que bom, estamos crescendo!”, diziam os que apostavam na obra.
As cidades que apresentavam surtos de progresso na época começaram a ganhar seus “arranha-céus”. Para o empreendedor Joaquim Carvalho Gomes, Taquaritinga tinha de acompanhar essa marcha, pois estava prestes a completar 100 anos de fundação. O local escolhido foi uma esquina da Praça 9 de Julho (mais tarde, Dr. Horácio Ramalho), onde estava o metro quadrado mais caro e cobiçado na década de sessenta.
Nascia o Edifício Cidade de Taquaritinga, o prédio cor-de-rosa, “um bloco monolítico, de linhas arquitetônicas modernas”, como era anunciado. Joaquim, mais um grupo de homens corajosos, enfrentaram e venceram o desafio de pôr em pé uma obra como essa na terra conhecida nacionalmente como a Capital do Tomate. Em 1969, o edifício já estava pronto para a inauguração, com projeto do engenheiro civil Alfredo Pagliuso e do arquiteto Manoel Cerdera.
Durante a construção, um acidente de trabalho marcou a obra. Numa quinta-feira, 12 de maio de 1966, por volta das 15h, o infortúnio: uma avaria no cabo do elevador de serviço, junto à roldana e à trave, provovou a tragédia. Na queda sofreram fraturas graves os operários Roberto Laurindo de Souza (solteiro, 25 anos) e José Messias (solteiro, 20 anos). Eles foram socorridos à Santa Casa, mas Roberto Laurindo não resistiu. O corpo foi transladado para São José do Rio Preto, onde residia. José Messias ficou hospitalizado, mas fora de perigo.
Os condôminos das lojas eram: Torimatsu Miura (1), Antônio Barreto Mendonça (2), Vicente Conte (3), Irmãos Stefano e Pelatti (4) e Nelson Sargi (5). Os números correspondem ao número de cada unidade. Os proprietários dos apartamentos: Torimatsu Miura (11 e 42), Jair Campanhã (12), Fortunato Fernandes Patti (13), Antônio Pompeu (14), Nelson Veiga (21 e 64), Fioravante Betti (22), Nelson Sargi (23), Heitor Carvalho Gomes (24), Rômulo Mencaroni (31), Joaquim Carvalho Gomes (32), Vicente Conte (33 e 34), Júlia Davidorff Ferreira de Camargo (41), Antônio de Almeida Metello (43), Irmãos Costantini (44), Ariel Gladystone Poletti (51), Itaru Ogata (52), José Libanori (53), Idio Gibertoni (54), Artur Marcondes de Moura (61), Élcio Ribeiro de Souza (62), Lino Ascari Boarini (63), João Aiello (71), Antônio de Almeida Metello (72), George Salim Mauad (73), Luiz Antônio Bruzadin (74), Salme Paulina Esquivel (81), Maurício Schartzman (82), Guido Bruzadim (83) e Baldomero Taboada Perez (84).
Outros cinco edifícios residenciais, mais altos e mais modernos, despontaram nos céus de Taquaritinga – Solar dos Coqueirais I e II, Solar Itapuã, Edifício Koba e Solar Martinelli – somente no final da década de oitenta. Parou por aí.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *