Psicóloga de Taquaritinga (SP) orienta como manter a saúde mental durante isolamento social
O estado constante de preocupação que todo o mundo está vivendo diante da pandemia do Covid-19 tem contribuído para o surgimento de transtornos ansiosos na população e a intensificação dos sintomas em pacientes que já possuíam o distúrbio. Além da importância de se cuidar fisicamente, a saúde mental também deve ser priorizada, principalmente nos dias de quarentena.
“Observo que há um aumento de crises de pânico em pacientes que já acompanho em meu consultório. Muitas pessoas não estão conseguindo realizar as tarefas do dia-a-dia por conta dos noticiários e o tempo de ociosidade no isolamento social dá abertura para que a angústia aumente”, disse a psicóloga Suzete Scalize em entrevista ao Jornal Tribuna.
O cenário de muitas incertezas que as pessoas estão se deparando faz com que elas pensem que o pior sempre irá acontecer, como a possível infecção do vírus, o medo de adoecer ou a perda de algum ente querido. Para driblar essas sensações sufocantes, Suzete sugere que as pessoas se dediquem menos aos meios de comunicação e redes sociais e procurem ocupar o tempo vago com atividades que possam acrescentar algo de bom na vida delas. “Quando pensamos muito em um determinado assunto, acabamos retraindo toda a aflição em pensamento e isso pode colaborar com transtornos como a depressão, ansiedade e síndrome do pânico. É como se uma reportagem que mostra o número de óbitos e a situação dos hospitais ‘aspirasse’ o telespectador para dentro da TV e ele passasse a se sentir como se estivesse vivendo aquela situação, se esquecendo que está no conforto de sua casa. Portanto, é essencial interagir com outros passatempos, como a leitura, a dedicação no próprio lar ou o desenvolvimento de novas habilidades” enfatiza.
A especialista ainda recomenda a busca de informações em meios jornalísticos de credibilidade e a checagem de mensagens que chegam aos grupos de Whatsapp. “As orientações de prevenção que precisamos saber foram passadas com clareza e repetidamente em toda a imprensa; se cada um de nós seguirmos as recomendações com rigor, não há motivo para temer o contágio. Nosso comportamento diante da situação é valioso para afastarmos o medo de alguma consequência futuramente; se eu estou me cuidando como foi orientado, a minha sensação de segurança aumenta e eu consigo me acalmar com mais facilidade”, explica.
Se, todo o esforço em manter uma rotina e focar no presente não for suficiente, é preciso procurar por ajuda. Os atendimentos das equipes de profissionais da Saúde Mental no município não foram suspensos, mas o expediente de trabalho está seguindo as condutas conforme sugestão do Ministério da Saúde e do Governo do Estado de São Paulo aos demais municípios. As atividades coletivas foram suspensas, mas orientações e acolhimentos estão sendo feitos através dos telefones do CAPS (3252-6033) ou do CAPSi (3252-5095). As consultas presenciais com médicos ocorrem normalmente, também sendo priorizadas as emergências.
Suzete é formada em Psicologia pela Universidade Paulista (UNIP) de Ribeirão Preto (SP) e possui Especializações nas áreas de Psicopedagogia, Psicologia do Trânsito e Gestalt Terapia. Atua no Centro de Atenção Psicossocial Infanto-Juvenil de Taquaritinga (CAPSi) e atende em sua clínica Dimpna Psicologia, que está instalada na Rua José Pagliuso, número 431, Jardim Scalise. O telefone para contato é (16) 9.9222-4335.