Polícia Civil age rápido e localiza suspeito da morte de Vanderlei Mársico em outro estado
“Ele confessou, mas se recusa a entregar comparsas”, afirma delegado responsável, Dr. Claudemir
Por Marcos Bonilla – jornalista colaborador
O delegado titular de Taquaritinga, Dr. Claudemir Pereira da Silva, concedeu entrevista coletiva à imprensa regional nesta segunda-feira para comentar a apreensão do adolescente de 17 anos suspeito de envolvimento na morte do ex-prefeito Vanderlei Mársico. O jovem foi localizado em Tijucas, próximo a Itapema, litoral de Santa Catarina, e está recolhido na Fundação Casa, em Ribeirão Preto.
A seguir, os principais trechos da entrevista:
Como a polícia chegou até o adolescente?
“A partir da subtração do telefone celular da vítima, conseguimos rastrear os últimos sinais. Isso nos levou à casa do suspeito, mas ele já havia fugido. Com a informação de que familiares moram em Santa Catarina, enviamos duas equipes para a região.”
Onde exatamente ele foi encontrado?
“O menor foi localizado já na madrugada de domingo, numa cidade chamada Tijucas, próxima a Itapema. Nossos policiais realizaram trabalho de inteligência até localizá-lo.”
Houve resistência na hora da abordagem?
“Quando percebeu que eram policiais civis, ele tentou fugir. Depois, confessou a participação no crime, mas se recusa a entregar os nomes dos comparsas.”
O que ele contou sobre a dinâmica do crime?
“Disse que entrou pela porta dos fundos, encontrou o ex-prefeito dormindo, e aplicou um ‘mata-leão’ ao ser notado. Segundo ele, Vanderlei ainda reagiu, e por isso o agrediu com socos e tapas. Depois, amarrou mãos e pés da vítima.”
O ‘mata-leão’ foi a causa da morte?
“Ele afirma que não. Disse que o ex-prefeito ainda estava vivo quando deixou a casa, mas que, ao notar um novo sinal de reação, colocou uma meia na boca da vítima. O IML optou por exames laboratoriais para determinar a causa exata da morte.”
Qual teria sido a motivação para o crime?
“Ele apresentou uma versão frágil: disse que pediu uma carona ao ex-prefeito, que se recusou, gerando desentendimento. Mais tarde, reconheceu a casa e teria planejado o crime. Mas a motivação é questionável, parece fantasiosa.”
Ele falou sobre o carro e objetos roubados?
“Disse que dirigiu o carro até a Vila São Sebastião, depois ‘deu um rolê’ e o abandonou na Rodovia SP-333. Mas o veículo ainda não foi localizado. Também admitiu ter levado um cordão de ouro, que afirma ter descartado na fuga.”
Há imagens dos outros suspeitos? Eles já foram identificados?
“Temos imagens que indicam a entrada de três indivíduos na casa. Mas ele não fornece qualquer informação sobre os outros dois. A investigação continua e trabalhamos para identificá-los.”
Esses outros dois suspeitos seriam de Taquaritinga?
“É possível. Acreditamos que os três envolvidos são da cidade. O adolescente apreendido já tem passagens por tráfico e furtos.”
Como ele chegou até Santa Catarina?
“Segundo ele, pegou um táxi até Ribeirão Preto e depois foi para Santa Catarina usando um aplicativo de caronas. Ainda estamos checando essa versão.”
As redes sociais divulgaram fotos e supostos detalhes. O que é verdade?
“A maioria dessas informações é falsa. Comentários sobre mutilações ou motivação política, por exemplo, não têm fundamento e atrapalham a investigação. A polícia trabalha com fatos, não com boatos.”
Qual a principal linha de investigação no momento? Foi latrocínio, crime passional ou político?
“Trabalhamos inicialmente com latrocínio, mas não descartamos nenhuma hipótese. O importante é investigar com base em elementos concretos.”
Qual o próximo passo nas investigações?
“Aguardar os laudos periciais, seguir na identificação dos outros dois suspeitos e cumprir medidas cautelares solicitadas à Justiça. Continuamos trabalhando com todas as linhas de investigação.”
O menor pode ser transferido para Taquaritinga?
“Ele está na Fundação Casa, em Ribeirão Preto. Qualquer transferência depende de autorização judicial. Seguiremos com as diligências e esperamos concluir o inquérito o quanto antes.”
Reconhecimento ao trabalho da Polícia Civil
Apesar das condições físicas precárias da Delegacia de Taquaritinga — com estrutura antiga, déficit de pessoal e carência de recursos — o trabalho da Polícia Civil tem se destacado pela eficiência e dedicação. Com investigações ágeis, inteligência estratégica e cooperação interestadual, a equipe liderada pelo delegado Dr. Claudemir demonstrou compromisso com a verdade e com a justiça. A rápida localização e apreensão do principal suspeito em outro estado, em menos de uma semana após o crime, é prova da competência de um time que, mesmo diante das limitações, não mede esforços para proteger a população e elucidar casos de alta complexidade. Em tempos de incerteza, é preciso valorizar e fortalecer as instituições que, como a Polícia Civil, seguem firmes na missão de servir à sociedade — muitas vezes com pouco, mas fazendo muito.




