DESTAQUEMais recentesMundo

BRASIL SOB ATAQUE – A BATALHA PELA SOBERANIA

Por Luís José Bassoli

Os EUA desencadearam o ataque ao Sul Global em 2014, com a ofensiva econômica à Rússia, o formato é a “Guerra Híbrida”, cuja tática inclui sanções econômicas, pressões políticas, ataques cibernéticos a órgãos públicos, propagação de fake news nas redes sociais e atos de sabotagem a infraestruturas civis.

No primeiro mandato (2017/2021), Trump focou na não-intervenção; o sucessor Joe Biden retomou a Guerra Híbrida em 2022, ao se aliar à Ucrânia contra a Rússia. Trump inicia o segundo mandato (2025) com a promessa de pôr fim à guerra russo-ucraniana e priorizar a solução dos problemas internos. Porém, logo elegeu a China como “inimigo estratégico” e passou às novas fases da Guerra Híbrida, desta vez contra o “resto do mundo”: impôs o tarifaço, sem poupar os aliados Europa, Canadá e Japão, e partiu a um emaranhado de ações políticas/econômicas/militares, em várias regiões (Oriente Médio, Ásia), para confundir Pequim.

Trump mira os BRICS, mas aliviou o confronto com Putin (Rússia) e Xi Jinping (China) e endureceu com os países “mais vulneráveis” do bloco: Índia, Brasil e Irã – os primeiros receberam a maior taxação (50%) e o Irã foi alvo de ataque militar.

A Guerra Híbrida ao Brasil foi externada no encerramento da Cúpula dos BRICS, no Rio de Janeiro, quando Trump anunciou a taxação, criticou o STF e o presidente Lula e defendeu Bolsonaro. Os ataques estrangeiros têm apoio da extrema-direita brasileira, os insurgentes colaboram com a opressão trumpista contra a nação brasileira, prejudicam o povo brasileiro para defender seus interesses político-eleitorais.

O governo brasileiro reagiu: acionou a Organização Mundial do Comércio (OMC) contra o tarifaço, que está em “desacordo com as normas internacionais”, intensificou contatos com países-parceiros e traça o plano de compensação aos produtores brasileiros, via crédito extraordinário, para atenuar o impacto do tarifaço.

Na quarta-feira (6/8), o assessor Especial, Celso Amorim, conversou, por telefone, com o ministro das Relações Exteriores da China, Wang Yi, que reiterou o apoio ao Brasil; no dia seguinte, o presidente Lula telefonou ao primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, para articular uma resposta coordenada ao tarifaço de 50% imposto aos dois países. O vice-presidente Alckmin irá à Índia, em outubro, com ministros e empresários, para ampliar o comércio; Lula visitará o país no início de 2026 para fechar o acordo Mercosul-Índia.

No sábado (9/8), Lula recebeu telefonema de Putin, conversaram sobre o cenário internacional e sobre o BRICS; na segunda (11/8), Lula telefonou a Xi Jinping e conversaram sobre novas oportunidades de negócios. Horas antes, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, firmou acordos de “diálogos permanentes” com os ministros das Finanças da Rússia, Anton Siluanov, e da China, Lan Fo’an.

VITÓRIAS PONTUAIS
A decisão de Trump de retirar 700 produtos da lista da taxa de 50% – entre eles, petróleo, aço, suco de laranja, aviões, veículos e eletrônicos – foi uma vitória brasileira. Na sexta-feira (8/8), a embaixada chinesa em Brasília anunciou o aumento na importação de café brasileiro.

As medidas diplomáticas de insistir no diálogo, concluir o acordo Mercosul-União Europeia, bem como a viagem da “comitiva patriótica” de senadores a Washington (composta por defensores do agronegócio, como Tereza Cristina, ex-ministra da Agricultura de Bolsonaro, e governistas, como Jaques Wagner, ex-governador da Bahia), são vistas como acertadas.

No campo interno, as declarações dos presidentes do Senado, Davi Alcolumbre, da Câmara, Hugo Motta, e do STF, Roberto Barroso, em defesa da soberania brasileira, foram fundamentais. No mesmo sentido, se deram as posições da Procuradoria-Geral da República, OAB, Presidentes dos Tribunais de Justiça, Associação Brasileira de Imprensa (ABI), Confederação Nacional da Indústria (CNI).

DESAFIOS
O grande desafio será conscientizar a população de que o Brasil está sob ataque; identificar, isolar e punir os traidores da pátria; e unir as instituições e a sociedade para defender a nação.

Trump declarou guerra contra o Brasil – o brado “Verás que um filho teu não foge à luta” será posto à prova!

(Com: Agência Brasil; Agência Senado; InfoMoney; BBCBrasil; Carta Capital; Poder360 et al.).

Fotos: Reproduções de AFP, Sputnik e The New Yorker – Xinhua – Ministério da Fazenda – Mercosul – InfoMoney

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *