IA e o Futuro do Trabalho em Taquaritinga
Por Marcus Rogério de Oliveira*
Nesta nossa série sobre novas tecnologias disruptivas, temos falado sobre como as inovações que nascem em grandes centros rapidamente chegam até nós, criando oportunidades reais para Taquaritinga. Você, que nos acompanha toda semana, sabe que estamos falando muito mais sobre a inteligência artificial do que sobre as outras tecnologias. Falamos sobre como ela funciona, sobre novos modelos e as oportunidades. Hoje o nosso foco é o impacto dela no mundo do trabalho, um tema que interessa diretamente à nossa comunidade.
Estamos observando, há algum tempo, que sistemas de inteligência artificial estão se tornando capazes de tomar decisões sozinhos, aprendendo com dados passados e adquirindo a capacidade de agir de forma autônoma diante de novas situações. Os resultados são dispositivos que funcionam como gestores digitais, controlando processos sem depender de ordens externas. Imagine uma fábrica em que o próprio sistema diminui a velocidade de produção para evitar desperdício ou acelera quando percebe maior demanda. Relatórios apontam que até 2030, essas tecnologias vão gerar uma economia de 1 trilhão de dólares por ano para as maiores empresas só nos Estados Unidos. E se isso é realidade em outras partes do mundo, também é para nós, na indústria, no agronegócio, nos serviços e no comércio.
É natural que surja a preocupação com os empregos, e muito se tem falado sobre isso. Algumas funções realmente irão desaparecer, mas muitas outras surgirão. O Fórum Econômico Mundial calcula que 92 milhões de postos serão extintos até 2030, enquanto 170 milhões de novos empregos devem ser criados, especialmente em áreas ligadas ao controle e ao desenvolvimento das próprias tecnologias. O agricultor que utiliza drones para monitorar plantações, por exemplo, precisará de profissionais capazes de desenvolver programas que interpretem os dados coletados. Nossas usinas, cada vez mais equipadas com sensores, demandarão técnicos preparados para analisar e transformar informações em decisões inteligentes. Em uma cidade com empreendedores conectados e jovens talentos como a nossa, isso pode se traduzir em empregos mais qualificados e melhor remunerados.
As oportunidades estão à nossa disposição. Taquaritinga tem jovens dispostos a aprender, instituições de ensino que oferecem capacitação e empreendedores atentos às mudanças. Com investimentos em infraestrutura digital e parcerias de inovação, vamos transformar a tecnologia em desenvolvimento. Mais do que espectadores, seremos agentes dessa transformação.
*Marcus Rogério de Oliveira é um renomado professor da Fatec de Taquaritinga, onde leciona desde 1995. Com um extenso currículo acadêmico, é Doutor em Biotecnologia pela UFSCar, Mestre em Ciência da Computação pelo ICMC-USP e Bacharel em Ciência da Computação pela Unoeste. Sua vasta experiência o tem levado a atuar em áreas como Banco de Dados, Desenvolvimento de Sistemas, Engenharia de Dados e Ciência de Dados.
(Imagem gerada por IA)





