Cidade

“Taquaritinga é uma cidade acolhedora; viemos para ficar”, diz venezuelana abrigada em faculdade da cidade

Reportagem: Alessandra Cason

Aos 40 anos, a venezuelana Lynorka Villasmil não imagina que a vida teria que recomeçar e tão longe de suas origens. Sua família é uma das milhares que vieram para o Brasil neste ano em busca de emprego e qualidade de vida, depois que a Venezuela se imergiu em uma grande crise econômica e humanitária.

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“Tudo estava muito triste lá; não tínhamos o que comer e nem o que comprar para as crianças. Por isso abraçamos a oportunidade de recomeçar a vida aqui no Brasil“, disse em entrevista para o Jornal Tribuna. Ela, as duas filhas e os cinco netos chegaram em Taquaritinga (SP) no último dia 10 de Julho, quando foram acolhidas no campus da Faculdade de Taquaritinga (FTGA), do grupo Universidade Brasil, localizada na Fazenda Contendas. A ação se deu em apoio aos projetos do Exército Brasileiro, Operação Acolhida e Operação Interiorização com o intuito de dar assistência aos imigrantes que vieram ao Brasil para tentarem reconstruir suas vidas. Desde então, eles foram recebidos com muito respeito e dignidade no município; fatores que contribuíram para a rápida adaptação em um país tão diferente de onde vieram.

“Taquaritinga é uma cidade muito acolhedora; tem praças bonitas que as meninas adoram brincar e bons lugares para passearmos. Minhas netas estão muito contentes, estão frequentando a escola e minhas filhas estão fazendo cursos para conseguirem trabalhar. Não tenho saudade da Venezuela; apenas dos meus familiares que ficaram morando lá. Viemos para ficar aqui; minhas filhas não querem mais voltar para lá”, revelou.

Mesmo com todo o carinho oferecido aos refugiados, a família conviveu com uma sensação de medo nos primeiros dias ao se relacionar e ter contato com outros moradores. “Estar em um local, até então desconhecido, fez com que eu e minhas filhas tivéssemos medo de que alguém fizesse alguma maldade com a gente, principalmente por sermos mulheres. Ainda bem que nada aconteceu”, relata.

Pouco a pouco, Lynorka tem caminhado para realizar mais um sonho: trazer a sua mãe para viver aqui. “Quero muito que minha mãe venha para cá, mas no momento está um pouco complicado. Não tenho o dinheiro suficiente para trazê-la e ela está muito doente, mas espero que tudo isso se resolva rápido pra que ela esteja aqui comigo em breve”.

Atualmente, Lynorka trabalha como auxiliar de limpeza na FTGA e se diz muito entusiasmada e enxergando as melhores possibilidades na cidade. A venezuelana conta que mantém contato com a família e que, todo o mês, acaba enviando ajuda financeiramente a eles. Atualmente, ela é a única mulher de sua casa que está empregada e luta diariamente para conseguir proporcionar uma vida melhor para todos. “Tenho recebido ajuda de muitas pessoas e a Faculdade também está nos ajudando. Sem dúvidas, qualquer dificuldade que passarmos aqui é melhor do que estávamos vivendo. Ainda existem pessoas boas no mundo e eu tenho encontrado muitas no meu caminho”, finaliza.

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